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Published on 16 November 2005
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Conversas de rua: história, metodologia, prática

by Hamilton FARIA

Associated General Topics: Communication . Education .

Este texto apresenta a ação "Conversas de rua", sua história e metodologia para que sejam colocados em prática, com base na experiência de 23 diálogos propostos e coordenados pelo Grupo São Paulo da Aliança e pelo GT Cultura do FSM os encontros propõem uma nova linguagem e um novo espaço de expressão. 23 Diálogos de Rua foram organizados durante o V FSM em Porto Alegre- Brasil, em janeiro de 2005, dentro dos 11 espaços Temáticos: 22 Diálogos de Rua (2 em cada espaço temático) e 1 Diálogo virtual on-line entre o Porto Alegre e Paris, França (este coordenado por Marina Urquidi).

No mundo contemporâneo a precariedade na comunicação entre as pessoas e no convívio entre coletividades dificulta a qualidade de vida e o desenvolvimento humano. Em um mundo virtual a retomada das relações presenciais torna-se fundamental para aprender a conviver. A idéia que está por trás das "Conversas de Rua" é estreitar o contato com a coletividade, formar comunidades de emoção e desenvolver verdadeiras pedagogias da escuta. Abaixo apresemos a história destas Conversas de Rua e uma metodologia para sua implementação.

Historia

A história dos diálogos de rua começa no final da década de 80 em São Paulo, quando a Secretaria Municipal de Cultura desenvolvia atividades de aulas públicas, envolvendo professores universitários e personalidades para ministrar conferências em lugares públicos para cidadãos, principalmente aqueles que sofrem exclusão social.

Esta idéia foi transformada pelo Fórum Intermunicipal de Cultura- FIC que, em 1996 realizou conversas públicas em praças sobre vários temas: racismo, direitos humanos, drogas, alimentação, etc. Pessoas se emocionavam e se expressavam dando depoimentos, chorando, cantando.Houve até o envolvimento de moradores de rua, alcoólatras, idosos etc.

O objetivo era que o acontecimento cultural se realizasse também fora dos espaços consagrados.

Em 2000 o Grupo São Paulo da Aliança por um Mundo Responsável, Plural e Solidário realizou essa atividade, que passou a ser chamada de "Conversas de Rua", em frente ao Teatro Municipal. Milhares de pessoas participaram de uma conversa sobre a Renovação na Política.

Ao longo de 2001 a Aliança realizou em uma praça da Vila Madalena, São Paulo dez conversas de rua, e a partir desse momento, essa atividade passou a acontecer pelo menos uma vez por mês, reunindo em média 20 pessoas, em praças e locais públicos.

Em outubro de 2001 foram realizadas Conversas de Rua em frente a Câmara Municipal e no Minhocão. Em 2002 essa atividade foi promovida na estação Brésser, no Brás, junto com o Projeto Arte Cidade, nos Arcos da Lapa, Rio de Janeiro e ainda na Praça da Paz Mundial, ao lado do antigo DOPS junto com grupos de psicodrama. Nesse mesmo ano em parceria com o SENAC e Rede Não-Violência, Justiça e Cidadania para apresentação das Conversas de Rua no Páteo do Colégio. O Sesc São Paulo junto com o movimento mundial Tambores da Paz também impulsionado pela Aliança, realizou essa atividade em todas as unidades do Sesc SP numa ação denominada Praças da Paz. No ano de 2002 o movimento Psicodrama da Cidade realizou conversas de rua e psicodramas nas praças e logradouros públicos em 180 pontos da cidade, com o objetivo de conhecer as várias demandas sociais da população de São Paulo. No ano de 2003, em Porto Alegre durante o III Fórum Social Mundial foi realizada esta atividade com a participação de pessoas dos vários continentes. As conversas de rua passaram a fazer parte das ações culturais do Fórum, acontecendo simultaneamente em sete bairros da cidade sobre o tema Paz, Democracia e Diversidade.

Em 2005 as conversas de rua, com o nome "Diálogos de Rua", integrarão a nova metodologia do V Fórum, mais dialógica e intercultural. Os diálogos de rua acontecerão nos onze espaços temáticos animados por integrantes da Aliança por um Mundo Responsável, Plural e Solidário.

A Carta de Responsabilidades Humanas foi difundida durante os conversas de rua que aconteceram no onze espaços temático, facilitou por colaboradores da Aliança para um Mundo Responsável, Plural e Solidario.

As entidades e redes que têm participado da concepção e implementação das conversas de rua no Brasil são: Instituto Pólis- Formação, Assessoria e Pesquisa em Políticas Sociais, Instituto de Políticas Relacionais, Instituto Ágora em Defesa do Eleitor da Democracia , Fórum Intermunicipal de Cultura - FIC, Rede Mundial de Artistas em Aliança, Movimento Mundial Tambores da Paz, Cives - Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania, ONG Shalom Salam Paz, IPAZ-International Peace Agency, COMPAZ, PACs- Políticas Alternativas para o Cone Sul, GT Cultura FSM, Alagoas Presente, Barracões Culturais da Cidadania, Crescente Fértil, Instituto Ecoar, Rede Mulher de Educação - entidades e movimentos que fazem parte da dinâmica da Aliança por um Mundo Responsável, Plural e Solidário no Brasil.

Objetivos dos Conversas de rua

- Resgatar e incentivar o diálogo cultural, humano e democrático com a população, visando o exercício da cidadania, promovendo falas em espaços públicos .

- Conhecer e interagir com a realidade do cotidiano da população proporcionando a cultura do diálogo democrático

- Estimular o processo intercultural promovendo o diálogo entre diferentes

- Difundir valores humanos de paz, diversidade, solidariedade, responsabilidade

- Estimular a criação de políticas públicas

- Despertar o viver criativo e o reencantamento do mundo através da arte

Metologia geral

1- Ouvir a população nas praças, ruas, de preferência pontos de grande aglomeração onde circulam pessoas provenientes de segmentos mais carentes

2- Procurar entender e revelar o saber das pessoas comuns

3- Estimular o diálogo através de manifestações artístico-culturais,mostrando a importância da arte na formação de comunidades de emoção.Essas manifestações podem ser variadas: música,teatro de rua, mamulengo, dança, cordel, poesia, contação de histórias etc

Método de implementação

Cada conversa de rua necessita de um processo de mobilização no bairro ou comunidade onde ela irá se desenvolver, que pressupõe a formação de parcerias e a organização das lideranças e entidades de cada região, antes de cada evento.

Paralelamente deverá ocorrer a divulgação através de panfletos, faixas e meios de comunicação, antes e depois de cada evento.

Essa atividade também exige a presença de um animador ou dupla de animadores e animadoras, de preferência em equilíbrio de gênero, que fazem a mediação do discurso, provocam os temas, sintetizam o pensamento dos participantes fazendo perguntas sobre os temas variados: paz, políticas públicas, direitos humanos, alimentação, saúde, violência, arte, política, etc.

Para isso antes de cada conversa de rua deve haver uma capacitação de no mínimo 2 dias, com a participação dos animadores e animadoras, coordenadores (as) e 2 pessoas que se responsabilizem pela contratação da parte artística-cultural, mobilização e divulgação.

As conversas deverão ser documentadas com fotos, video e também com a produção de uma publicação onde será relatada toda a experiência.

Prática

"Diálogos da rua": vuelve la democracia!

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